As Folhas e a Vida



A vida tanto nos cobra o viver e a evolução
Quanto corrobora conosco nos dando o tempo
Do parar para sentir na alma e no coração
E no pensar e na emoção de cada momento

O homem, inda frio, no sentir da sua alma
Observa e prescreve que não é só o coração
Que influi sobre si, assim ele não se acalma
Ao se confundir entre as forças razão e emoção

Pois além do ver e de tudo aquilo que sente
Reverbera dentro si uma sutil e real intuição
Que se faz presente no estalar em sua mente
Enquanto processa o sentir, o pensar e a emoção

E toca a letra no peito e para o papel, mas encadeia
Costumaz e de pleno jeito, com juízo e meio ciente
Do brilho sibilante, do tilintar quente e sutil da candeia
E o integra no ser as coisas de seu coração e sua mente

E o encanto, a ilusão, de que é algo sutil e mágico
Que perpassa o pensar e o agir e entrando em si
Quando vê o lado feliz, na plenitude, e o trágico
Que são o viver, o pensar, o existir, o ser e o sentir

As folhas somos nós enquanto levados incautos
Passando a vida sutil, ferina, confusa e complexa
Nos desestruturando e nos faz no entanto arautos
De nosso próprio futuro, do porvir, e emoção anexa

Até que aprendamos, no Todo, o real de todo o fato
O dentro de si e a cabo levado e regido pelo externo
Decantando o sentir, no coração, do amor — o aparato
Do que criamos na mente, o interno, e o que é Eterno

E no desenvolver dos ciclos da existência que regem
O nosso Espírito e nos levam  pelo Ser até a evolução
Caminhamos com o sentir e vibrar dos que nos elegem
No bater do sinos do Universo, ressonantes do coração

E o real e irresistível levar pela brisa da vida como folhas
E o usar dessa luz e cores dos sutis e sinceros candeios
No aprender, do viver entre dores, o refazer das escolhas
Do coração e da mente no engendrar dos próprios esteios

Como você enxerga as coisas?






""A maravilha do conhecimento consta no fato não de entender como funciona cada parte, em separado, em um Todo. Mas no fato de aprender o(s) sentido(s) que cada parte possui no Todo. Assim como compreender o que, o como e em que medida o Todo tem como sentido para cada parte. E vice versa. O resto é puro reducionismo e limitação cognitiva nossa, humana...

E então, como você angaria suas informações, como as manipula e que tipo de visão e método utiliza ao tentar entender e aprender algo? Qual o contexto, delimitação e dinâmica que seu entendimento e aprendizado assumem em relação ao micro, ao macro e ao global? E qual a relação que você estabelece entre as partes e o todo e o todo e as partes?"'

Alexander
Amor, natureza e objetivo


 
O amor para quem o busca, tal como flor no outono
Solta suas pétalas, às vezes ao vento, no desarvorecer
Dos sentidos, dos signos e sentimentos e no inconho,
No ato, no desabrochar, acha outro sentido após fenecer

O amor sempre econtra uma saída, para um coração enquanto belo,
Dispondo o universo ao seu florescer, até que um dia seja eterno
No quanto dure, vaga com as luzes e forma vivaz, enquanto terno,
No seu ciclo tácito, sonhador e prático, até que crie com alguém um elo

Nesse dia, fará de tua dor o preparo
Enquanto processa na vida seu reparo
Até que um dia seja feliz
Por merecer, como se diz...

A Carta


Confuso com minhas cartas e sentimentos
Sobre o que passara no amor então comigo
Busquei um conselho sensato no momento
De um caro ser humano por mim, um amigo.

Recebi da amada uma singela e cálida carta que insiste
Em me ver, depois de sofrer por esse amor: um convite

Disse-lhe então:

Oh amigo, de quem gozas de meu pleno respeito
O qual o considero como sábio, sereno e idílico
O seu pendor pelos conselhos e amizade diletos
Dá uma luz singela a seu pobre e confuso amigo

Disse-me o amigo:

Dê-te a ela e o que há de melhor em ti e a que conclama, pois
Não há de ver ou sentir em outrem o ardor e afã desse amor,
Nas palavras cálidas, em verso, a prosa pungente de vocês dois,
Menção mais sublime ao que sente e o pedido ardente em louvor

Aceita o convite e rume ao horizonte, anil, onde os raios de luz
Do ocaso inda radiam as intenções sinceras de ter você mais perto
Dê-te aos seus braços e atira-se com tudo sobre o amor e conduz
Teus pensamentos a quem te ama de verdade: ela te fará liberto!

Deixe teu coração amá-la e por ti te entregas a ela, loucamente,
Fluir essa paixão que ela retumba aos ventos, que arde e a cega,
Mas que só a você enxerga e espera na ânsia e no clamor ardente
De quem não aguenta mais adiar: atenda, seja feliz, te entrega!

Lança-te como as gotas da chuva no oceano em tempestade
De um lado a outro, misturando-se ao balanço  desse mar:
Por um momento tens em tuas mãos a possível eternidade
De viver um amor sincero e a louca paixão: deixe-a te amar!

Um dia de amor


Bom dia Amor, vim te dar meus sóbrios lábios
E encher tua boca de cálidos beijos e amar
A ti com o louvor, ressoar e deixar os ressábios
Do ardor da chama, inflama quem ama, voar...

Boa tarde Amor, vim te deixar essas vermelhas rosas
A lembrança, o símbolo e o perfume de quem te ama
Todos os dias ao luar, crepuscular em versos e prosas
O voar de quem ama, o ardor, a flâmula, a chama...

Boa noite Amor, vim te buscar para o meu leito
Para as mais descomedidas medidas do prazer
E do amor em tinidor macio e voraz em teu jeito
Para te amar, em ardor, acesa tua chama, o teu ser...

Três coisas fundamentais para seguir em frente





Se você quer mudar sua vida. Que operar mudanças no seu espaço e na sociedade. Ou, em termos gerais, quer um mundo melhor. Lembre-se de três coisas fundamentais: amar sua vida, amar as pessoas e amar a sociedade, o mundo (em que vive ou em geral). Com isso saberá o que fazer, saberá como se portar e minimizará seus erros e maximizará suas contribuições ao mundo. Com o tempo, e paciência e trabalho, vai saber se orientar nas turbulências, enfrentar os desafios e chegar onde quer.

O Casal




Estava a passear tanqüilo em torno de um lago
Passara as horas da tarde, caminhando até despontar
O ocaso, alaranjado, pensando lugubre e vago
Sobre a vida, e os tempos, já bem avançada, e a passar

Um casal sentado, sinérgicos, do outro lado daquele lago
Voltados com as faces para si, terminando em um olhar
Totalmente focado para si, o casal, como em um único afago,
Como um corpo só, os dos dois, uma partícula voando no ar...

Uma brisa serrava minha tez úmida no frio
Rebatido pelos raios de luz, e pálidos, de sol
Senti o cheiro de terra e folhas secando, creio
Que naquela tarde senti a paz merecida, lençol

Branco e macio revestido de mim e na forma como sou.
O casal ainda se olhava e os seios da face da menina
Tremiam como quem espera o contrário do ideal e usou
De algo não permitido pelos deuses. Para uma colina

Apontavam com seus olhos. Serenos e trágicos,
Amenos e sarcásticos. Via-se de tudo naqueles
Dois seres que ali se prostravam entre sí, mágicos...
Foi uma dádiva a tarde que passei na lagoa, então eles

Ainda meninos estavam como nada houvesse mais
No mundo ao seu redor, nem antes nem depois,
Como se a vida lhes colocasse ali, se amando e visto tais
Momentos de ternura desses que se vêem em romances, pois...

Lembrei de uma teoria que dizia que a vida é só de momento
E me senti, perante os dois amantes, vil, egoísta e pequeno
Tentando depois amansar a alma, pois coloquei ao relento
Meu coração pela vaidade do intelecto, esse ácido veneno...

Em minha mão repousava um livro do Neruda, o Poeta...
E lembrei-me que esqueci tudo isso há tempos passados
Nutrindo-me de fórmulas, números, conceitos: minha dieta
Sutil dos simbolos reverenciados pelos meios abastados

E esqueci-me do quanto me secara esse dom de dourada fonte
Enquanto ali mesmo meus olhos lacrimejavam sobre a terra
As quimeras por mim não conquistadas, sonhos e minha fronte
Já atestava em suas rugas o arrepemdimento e a dor que me descerra

O dessaber do que me era mais importante na vida.
E em meus olhos, úmidos pelas lágrimas desmedidas
Represadas, lubrificavam-me a visão e refletiam uma batida
De um coração, egoísta, que fez de sua felicidade uma vendida

Pelas coisas mundanas, passageiras, vis e hedonistas
Que me encontra neste breve momento um sutil arrependimento
Ao ver, através das lágrimas, e de meus olhos solecistas
A cantiga de mais puro amor entre dois seres naquele momento

Enquanto, sem coragem, encarava, de lado, o casal se beijando
Puro como a luz da manhã, dourada em céu azul, e um ardor
Cintilava puro e brilhante e um calor fulgurante, e titubeando
Percebi que nessa vida de tudo que façamos importa mais o amor

Poema de Amor





Na manhã azul e quente do verão
Urgido ao sol laranja de data passada
Feneceu sua imagem em meu coração
Ganhando o tom sonoro de visão animada

Viva presença de um mundo inda breve
De um amor que brota das entranhas
Ressoa leve ao brado de uma barganha
Cantada pelo orador que entoa sua verve

O semblante que repousa sobre minha lápide
Que ressurge como Fênix da alma quase morta
E vibra na canção da voz doce da amada, égide
Do fulgor da imortalidade do espirito a porta

Ainda que me calem as barreiras e lições da vida
No entanto meu amor por ti, sol, mantém cativa
A existência de uma vida longe da minha vivida
O sentimento mais puro de amor e a alma ativa

Tragédia e aprendizado





Não existem tragédias pessoais se você transforma os eventos terríveis da vida em lições para vida toda, durante e depois da existência carnal. No decorrer do seu passo-a-passo pessoal, individual, e dual aqui nessa existência só há dois fatos que o marcam como um ser concreto: o nascer e o morrer. No ínterim desses dois fatos preencha sua vida com as lições e o aprendizado que lhe elevam a consciência. Não há nada que levamos dessa vida além da vida que aqui levamos. São suas atitudes que contarão mais que qualquer palavra ou qualquer fato externo que aparentemente lhe venha contra ou denigra a existência. Deixe a tragédia ter significado nos corações vazios, céticos e amargurados. Um dia eles também aprenderão. Faça do seu coração um catapulta para lhe arremessar aos píncaros da consciência, da transmutação e da existência em nível mais adequado àquilo que você é: especial para vida e para o Universo. Você não é o que nasceu em um lugar, nem o como e onde morreu. Você é o que foi entre esses dois pontos. E se há dissabores inefáveis pelos quais teve que passar, ou está passando, passe por isso como um aluno que veio a grande escola da vida para se aperfeiçoar. Porque certamente há tanta força dentro de você quanto, pelo menos, as forças trevosas das tragédias que lhe impingem uma ruptura dos sentimentos mais nobres que lhe possa haver, e lhe tente jogar ao chão. Teu coração não é um palco para tragédias. Mas sim para superações e vitórias. Conquistas e desapegos que lhe dirão quem você é para vida, porque é isso que a vida espera de você. Nasça onde tiver que nascer, renasça quando tiver que renascer, você saberá a hora, se lapidar seu coração. Morra quando tiver que morrer, porque esse é o fim da sua jornada, e de todos. Só não amargure seu coração e passe pela vida morto. Porque não há tragédia que lhe justifique estar morto em vida, nem força que não haja em você que o transforme naquilo que você é: LUZ. Mas também não esqueça: mostre isso a Vida. Para quando ela lhe levar, seja aqui ou em outro lugar, você possa ser o que você é: LUZ. Não há tragédia que apague uma vida luminosa. Nem amargura que persevere em uma boca doce. Como disse um Mestre: "Sai da boca o que se passa no coração". Entoa um cântico de louvor e gratidão por TUDO, em teu interior. Coordene isso com as suas Palavras. Finalize com ações. Faça de uma tragédia qualquer a oportunidade para mostrar quem você é: LUZ. Porque você, independente de onde nasça ou venha morrer, é a Grande Obra da Vida.

E não se esqueça que o final que dará a essa peça é sua responsabilidade. Mas também deve lembrar que carrega tudo em você para que a vida seja no final um grande brilho resplandecente para que todos o vejam.

O que vale de passar por uma grande tragédia na vida, é a lição e o aprendizado, sendo tansformado o fato terrível numa Grande Comédia.

Humor